O governo federal decidiu cancelar um evento da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorreria em Salvador entre os dias 19 e 23 de agosto.
O encontro, organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), é um dos eventos preparatórios da Conferência do Clima (COP25), que será realizada em dezembro em Santiago. Inicialmente, o Brasil foi eleito país-sede para a convenção, mas no final do ano passado, a pedido do presidente eleito Jair Bolsonaro, o governo federal desistiu de receber a cúpula, alegando que precisaria gastar até R$ 500 milhões em sua realização.
Secretário de Cidade Sustentável da capital baiana, André Fraga lamentou a decisão. “É muito ruim. Estávamos dialogando, planejando. É um evento que teria mais de 3 mil pessoas, principalmente na nossa baixa estação. Então seria importante para a economia. Daria visibilidade às iniciativas da cidade e vamos perder isso”, afirmou, em contato com o Metro1.
Fraga disse ainda que nunca esteve com o novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Não estivemos [juntos], mas também eu não procurei. Estamos no começo do governo, todo mundo se organizando, vamos entender as prioridades primeiro. A única vez que cheguei a buscar contato foi com foco no evento, e me ligaram de lá dizendo que não iria ter”, contou Fraga.
Em entrevista ao O Globo, Salles disse que o evento tem "pauta distinta" da defendida pelo governo Bolsonaro. "Nós não aceitamos receber porque é uma ação na esteira da COP25. Nõa faz sentido receber um evento da conferência do Clima se não vamos sediá-la", disse.
Em entrevista ao G1, Salles foi ainda mais longe e disse que, manter o evento, seria uma "oportunidade" apenas para a turma "fazer turismo em Salvador" e "comer acarajé".
“Vou manter um encontro que vai preparar um outro, que não vai acontecer mais no Brasil, por quê? Não faz o menor sentido, vai para o Chile! Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”, afirmou.
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