Cardiopatias: risco de complicações na gripe


Cardiopatia pode ser definida como qualquer doença que atinja o coração e o sistema sanguíneo (artérias, veias e vasos capilares). Pacientes com doenças cardiovasculares crônicas, como insuficiência cardíaca, doença coronariana e hipertensão, apresentam maior risco de gripe com complicações e são uma das prioridades para a vacinação contra a influenza, doença causada pelo vírus da gripe.

A estudante de jornalismo Flávia Santana tem arritmia cardíaca e só tomou vacina contra a gripe quando criança, ao contrário do que é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A SBC indica a imunização contra a influenza como a melhor forma de prevenção para os riscos da gripe nesse grupo: "Para quem possui a saúde debilitada por problemas cardíacos, existe um maior potencial de infecção com complicações, levando a uma pneumonia com chances de hospitalização", diz Marcus Bolívar Malachias, presidente da SBC.

Outros fatores de risco inclusos nesse grupo prioritário precisam de atenção, como tabagismo, diabetes e colesterol alto. "Pacientes que realizaram transplante de coração também devem se vacinar anualmente", complementa Marcus.

Vacinação

O estudo "Influenza em pacientes com doenças cardíacas" aponta evidências de que a influenza pode causar a inflamação do miocárdio, arritmias cardíacas e desencadear infarto agudo do miocárdio, causando complicações graves e óbito, até mesmo em pessoas previamente saudáveis. A vacinação reduz significativamente o risco de complicações em pacientes com doenças que comprometem o funcionamento correto das artérias e vasos sanguíneos, como a doença arterial coronariana, algumas condições ateroscleróticas e acidentes cerebrovasculares.

As manifestações clínicas relacionadas à influenza são as mesmas para os vírus A ou B, porém um estudo de 45 indivíduos com média de idade de 11 anos, conduzido nos EUA, demonstrou que a evolução fatal foi muito mais rápida nos casos de infecção pelo vírus B. Metade dos pacientes infectados com vírus B morreu dentro de três dias após o início dos sintomas.

A proteção contra o vírus B pode ser feita com a vacina quadrivalente. A quadrivalente da Sanofi Pasteur proporciona maior proteção contra a influenza e suas complicações, pois contém uma cepa B adicional em relação à vacina trivalente (duas A e duas B), e é a única vacina quadrivalente licenciada para crianças a partir dos seis meses de idade. As duas cepas B, Yamagata e Victoria, têm circulado com as cepas A (H1N1) e A (H3N2) há mais de uma década, em diversos países, incluindo o Brasil. A vacina é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A efetividade da vacina contra a gripe – ou sua capacidade de prevenir a doença e suas complicações – pode variar de uma temporada para outra. Também pode mudar, dependendo da pessoa que recebe a vacina, de acordo com sua idade e estado de saúde e conforme a semelhança ou "compatibilidade" entre os vírus incluídos na vacina e aqueles disseminados na comunidade.

Mas estudos demonstram que, caso indivíduos vacinados contraiam a enfermidade, os sintomas serão mais leves, além de ser diminuído o risco de hospitalização, especialmente no caso de crianças, idosos e portadores de doenças crônicas, entre os quais ocorrem quadros mais graves e os maiores índices de mortalidade.

Diagnóstico precoce facilita tratamento cardíaco

Os sintomas de cardiopatia podem variar de acordo com o gênero e com a função que está comprometida. As mulheres são mais propensas a ter falta de ar e náuseas, e os homens a ter dores no peito, mas essas situações não se aplicam a todos os casos. 

“Quando estou ansiosa, sinto pontadas no peito, fico ofegante e sinto  falta de ar”, comenta Flávia. Alguns dos sintomas gerais são cor de pele cinzenta ou azul (cianose), falta de ar, fadiga, tonturas, vertigens, dor no peito e inchaço nas mãos, tornozelos e pés.

De acordo com a Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares, as doenças cardíacas são mais fáceis de tratar quando detectadas precocemente. Por isso é importante manter  exames em dia e conversar com o médico sobre as medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco da doença, principalmente se houver histórico familiar.

Software calcula a expectativa de vida do paciente

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Ciências Médicas MRC, de Londres, desenvolveu um software que calcula a expectativa de vida de cardiopatas. 

O sistema usa inteligência artificial para identificar parâmetros anormais e calcular o cenário futuro com precisão. 

Com ele é possível saber se o paciente está em estado crítico e auxiliar os médicos a desenvolverem um tratamento mais assertivo.

Análise

Quase 300 pessoas com problemas cardíacos foram analisadas para a pesquisa, e os dados foram mapeados por oito anos a fim de determinar a expectativa de vida dos pacientes. 

Os médicos poderão saber sobre a situação crítica dos pacientes de antemão e, assim, ampliar sua expectativa de vida com base no tratamento feito no tempo adequado e de maneira eficaz. 

Jornal A Tarde
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