Click no Anúncio antes de ler a matéria, o blog agradece
"Dormi bem o sono de quem tem a consciência limpa. Não estou sendo julgado por nenhum delito, mas pelas coisas boas que fizemos pelo país. Sou do PT, gosto de pobre e sou contra o preconceito. Esse é o meu delito (...). Quero ser candidato para ganhar as eleições e governar esse país. Portanto, companheiros, nada de abaixar a cabeça!". Foi com essas palavras que o ex-presidente Lula (PT) dirigiu-se a militantes do partido nesta quinta-feira, na primeira reunião do partido após a condenação do petista pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4) de Porto Alegre.
Em 6 pontos, o que pode acontecer com Lula após tribunal manter condenação por unanimidade
Condenação de Lula é 'positiva', mas torna eleição ainda mais 'complexa', diz economista-chefe do Goldman Sachs
Apesar do discurso otimista de Lula, o resultado no TRF-4 foi pior que o esperado pela defesa e correligionários do ex-presidente. O fato dos três magistrados terem decidido de forma unânime reduz inclusive as possibilidades de recursos e acelera a eventual inelegibilidade do pré-candidato petista.
Na prática, avaliam os cientistas políticos Carlos Melo (Insper) e Cláudio Couto (FGV), Lula perdeu as condições de concorrer à presidência da República em 2018. A BBC conversou com os dois para obter uma avaliação aprofundada sobre os impactos da condenação do ex-presidente pela segunda instância da Justiça Federal.
Para o cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, este é o grande risco da decisão do TRF-4: reduzir as eleições de 2018 ao debate sobre um apartamento de três andares no litoral paulista.
"Você acredita em alguém tentando conquistar esses votos lulistas falando bem da prisão do Lula? Candidatos desse campo (de esquerda) e até de fora dele tendem a fazer o discurso da vitimização do Lula. E se esse discurso pegar, corremos o risco de transformar o debate eleitoral no debate da 'questão Lula'", diz Melo.
Já Cláudio Couto se concentrou no impacto da decisão de Porto Alegre sobre o cenário eleitoral. Segundo ele, engana-se quem acha que o deputado Jair Bolsonaro, atualmente o segundo colocado nas pesquisas, é o grande vencedor no cenário sem Lula.
Com o petista longe da corrida eleitoral, o militar reformado tende a perder o apoio daqueles que o viam como o "voto útil" contra o petista.
"Se o Lula sai, Bolsonaro perde essa função de ser o anti-Lula", diz Couto, que é coordenador do mestrado em gestão de políticas públicas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV.
Fonte:BBC/Brasil
0 comentários:
Postar um comentário