Como já é tradição no sábado antes do carnaval oficial, caindo nesse ano dia 23 de fevereiro, com o “esquenta” a partir da 12:00h (meio dia), no final da Av. Lomanto Junior, os pontalenses se preparam para curtirem atrás do trio elétrico e desfilarem por várias ruas do bairro, passando obrigatoriamente pela famosa Praça São João Batista.
O bloco AS MURINGUETES DO PONTAL já faz parte da história do carnaval de Ilhéus.
Tudo começou quando há mais de 20 anos um grupo de amigos que sempre se reuniam para intermináveis cervejadas nos bares do entorno da Praça do Pontal, tiveram a ideia de se vestirem de mulher e percorrerem as ruas do pontal atrás de um carro de som. Em cada esquina que passavam chegava mais um grupo de amigos que se juntava e formava uma grande multidão.
No princípio, um pouco desorganizados, adotaram o nome Muquiranas do Pontal o que gerou ameaças de processo por parte das Muquiranas de Salvador, querendo resguardar o nome patenteado daquela agremiação carnavalesca.
Anos depois com a partida de Muringuinha, integrante do movimento (vide caricatura no logotípo), surgiu o nome Muringuetes do Pontal que ao mesmo tempo associava ao “status quo” do bloco soteropolitano e também rendia homenagem ao companheiro falecido.
A brincadeira foi ficando tão séria que a cada ano o número de foliões foi aumentando e, para garantir a alegria da galera, a líder Andrea Parafa juntamente com Tico e Riva, diretores e fundadores do bloco, resolveram elaborar um projeto para organizar evento.
Hoje com dedicação e profissionalismo, esse grupo cuida da arrecadação de numerários através da venda de canecas que funcionam também como passaportes para folia, corre atrás de patrocínios diversos, cuida da segurança para os foliões e planeja o percurso por onde o mini trio e carro bar irão passar.
O máximo estabelecido de passaportes é para 150 integrantes, mas hoje em dia, participando do evento, estimamos mais de 5.000 pessoas. A multidão arrebanhada composta por homens, mulheres, jovens, velhos e crianças, em segurança, literalmente caem na folia comandada por uma "pomba gira" que sempre baixa no irreverente Chupeta de Ganso, o artista ilheense Abdias de Salvador e sua afinadíssima banda. Alegria coletiva que os músicos e os rapazes travestidos conseguem gerar durante o percurso contagiando os cidadãos que prestigiam participando da feliz, oportuna, linda, bela e justa homenagem às mulheres.
O “esquenta” é generosamente comandado por gente da gente. Eles sempre chegam junto por amor arte, ao bairro e aos amigos. Arrebentam com uma pegada musical de alto nível. Festa com eles é sinal de que uma moçada bonita, fiel e totalmente do bem estará presente. Estou falando do grupo querido da galera, OS CARA É BOM e que vez ou outra se misturam ao, não menos querido, Luiz Bob e Seus Gonzaga.
Então “meninas” arrombem seus armários, se produzam e venham reverenciar, viver o privilegio de ser mulher!
Domingos Lins
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