Cada dia que passa , a cada manifestação de nossos “representantes" fico mais convicto que estamos navegando em mares turbulentos e sem timoneiro, sendo tripulantes de uma nau sem comando. Esses fatos parece nos mostrar como nosso mundo parece tão vazio, tão centrado nas individualidades banais, somos incentivados a “esquecer” de nossa memória de nossa consciências. E, por mais paradoxal que possa parecer, até mesmo assustador estamos nos transformando em ditadores, em pseudo carrascos virtuais, impelidos em uma caçada por pequenos grupos que se arvoraram “donos do poder". Então, vamos matando a nossa já tão combalida e frágil democracia, quase como aqueles que matam os pássaros e querem cantos em florestas para apreciar e continuamos matando o restante dos pássaros.
Nesse contexto, vou me atrever a dizer que ninguém acredita na história, mas todos escondem a dúvida, o pior, não entendem que se trata, na verdade, apenas de uma piada absurda, de nenhuma graça . Somos cidadãos que temos que tirar o retrato cruel desse caso, ninguém em torno dessa sociedade que enaltece a ignorância parece perceber que deveria ser uma mera brincadeira.
Eu até deveria fazer um paralelo, portanto, me pergunto até quando vamos ficar nessa passividade cidadã? Hoje estamos confundindo brincadeiras surreais com verdades, colocando-as em um mesmo cesto. Pouco importa o discurso, no entanto: concordando ou não com esse diagnóstico, a forma de mostrar isso é lúcida, delicada.
O cidadão eleitor, por exemplo, não pode ficar alheio, estamos em uma sátira, sem se valer de exageros, temos que criar uma história relativamente convencional que deve gerar empatia por novas possibilidades políticas, fugir dos nos colocam, como eles vagando pela insignificância, contaminados, e devemos resistir nos capacitando e acreditando que o horizonte e o futuro somos nós que estabelecemos, é nosso, será construído passo a passo a partir do agora. Devemos ter criticidade moral, mas sem atolar nossa consciência no moralismo.
Lucio Gusmão – Historiador; Professor de História, Filosofia e Ciência Política, com especialização em História Social, Econômica e Política do Brasil
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