Em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (1º), o advogado e colunista da Folha de S. Paulo, Luís Francisco Carvalho Filho, analisou a atual situação do ministro da Justiça, Sergio Moro, em meio aos vazamentos de diálogos obtidos pelo The Intercept Brasil que apontam sua atuação junto a procuradores da Operação Lava Jato, enquanto juiz responsável pelos processos. Para Carvalho, o "principal pecado" de Moro foi ter aceitado ser ministro no governo de Jair Bolsonaro.
"A Lava Jato cumpriu uma função muito importante no Brasil. Então, eu acho que o principal pecado do Sergio Moro foi aceitar ser ministro da Justiça da pessoa que foi beneficiada por uma decisão judicial dele, condenatória de Lula. Essa circunstância criou um sentimento, em parte do Brasil, de dúvida em relação à Lava Jato. Então, acho que esse é o pecado original. A revelação das conversas acentua tudo isso. Eu acho que o grande pecado do Moro foi jogar o Brasil para duas vertentes populistas, uma que comemora a prisão do Lula e outra que o coloca como uma pessoa absolutamente perseguida, inocente, quase que um movimento sebastianista. Eu vejo isso com muita preocupação e nós não temos lideranças alternativas, pelo menos por enquanto", disse.
Carvalho também fez críticas ao pacote anticrime defendido pelo ministro. "Acho que o que mais me preocupa é a redefinição do conceito de legítima defesa, que está bonitinha desde sempre na nossa legislação, para atender à campanha do Bolsonaro, que tem uma obsessão em proteger polícias, então essa proposta do Moro é realmente muito preocupante. Se hoje nós já somos quase campeões mundiais em número de mortes no enfrentamento policial, com isso nós vamos ter muito mais. a polícia tem que ser preparada, tem que atirar menos, passar por processos de reciclagem", afirmou.
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