Com mãos e pés algemados, mulher apontada como maior traficante da BA é transferida para o estado após ser presa em SP


Jasiane foi presa na cidade paulista de Biritiba Mirim na quarta-feira (25), seis dias após completar 31 anos. Além de tráfico, a mulher é suspeita de porte de armas e centenas de homicídios na Bahia, incluindo participação na morte de um agente penitenciário - crime do qual foi condenada recentemente.

Em contato com o G1 na quinta-feira (26), o advogado da suspeita, Walmiral Marinho, afirmou que Jasiane é inocente e que ela ainda não tinha se entregado para a polícia porque temia pela vida dela e das duas filhas.

O advogado diz que a cliente está sendo responsabilizada pelo histórico criminal do ex-companheiro, que morreu em 2014. O homem, identificado como Bruno de Jesus Camilo, é apontado como ex-líder de uma quadrilha na Bahia e, segundo a polícia, teria passado a função para Jasiane.

"Jasiane não pode ser responsabilizada pelos atos do ex-marido. Ela é inocente. O problema foi o amor bandido. Ela não pode ser apedrejada", afirma o Walmiral Marinho.


Ainda segundo o advogado de Jasiane, também é falsa a informação divulgada pela polícia de que a cliente é enteada de um dos traficantes mais antigos da região sudoeste da Bahia, o Antonilton de Jesus Martines, conhecido como Nenzão.

Walmiral Marinho conta que, na verdade, o padrasto de Jasiane é um desembargador aposentado, que já está morto.

De acordo com o advogado, Jasiane morava em São Paulo com as filhas e o atual companheiro há algum tempo, para se esconder da perseguição contra ela, contudo, não soube precisar há quanto tempo.

Jasiane estava com o atual companheiro no momento em que foi presa. Segundo a polícia, a suspeita chegava em um restaurante para almoçar com o homem, que também é apontado pela polícia como traficante, quando foi abordada pela polícia.

Os policiais que participaram da ação chegaram a revistar a casa onde a família morava, mas nada foi encontrado e o companheiro de Jasiane foi liberado após depoimento. Ela permaneceu detida porque tinha mais de um mandado de prisão em aberto.

Depois que Jasiane foi presa, segundo o advogado Walmiral Marinho, as filhas dela, que estavam na escola no momento da ação, ficaram com o atual companheiro da mãe. Porém, nos próximos dias, as meninas irão para a casa de uma irmã de Jasiane, que mora no Rio de Janeiro.

As garotas são fruto do primeiro casamento de Jasiane e, de acordo com o advogado, têm problemas psicológicos por conta das acusações contra os pais.

Carta


Ainda segundo o advogado Walmiral Marinho, o julgamento sobre a morte do agente penitenciário ocorreu no dia 6 de agosto, na Bahia, quando Jasiane ainda estava escondida em São Paulo. Como a mulher não pôde comparecer ao júri, mandou uma carta para ser lida durante a audiência.

No documento, passado ao G1 com exclusividade pelo advogado, Jasiane alega inocência, fala que tem medo de morrer e diz que não pode ser responsabilizada pelas atitudes do ex-companheiro, que, segundo a suspeita, era o amor dela. Apesar dos relatos, a mulher foi condenada pelo crime. G1-BA


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