A política, uma arte milenar e fundamental nas relações na forma social em que vivemos não deve ser confundida com vale-tudo. Partindo dessa premissa nos assusta a forma pouco republicana e deplorável que alguns agentes, que se dizem representantes políticos utilizam em nossa cidade. Fica nítido que não há orientação clara a respeito do que deve ser feito, especialmente quando se “esquece" de pensar que a política não é um exercício dedicado a destruir o adversário.
A política tem uma face nobre. Quem tem condições de impulsionar a face nobre da política são os que estão bem colocados no jogo político: as grandes lideranças, e aqui reforço o termo, liderança, os intelectuais, os partidos. Os partidos deveriam ser canais de agregação de lideranças e intelectuais que pudessem funcionar como educadores cívicos. Mas não atuam assim. E em nossa cidade, com o uso das redes sociais, essa atuação é cada vez mais nivelada em níveis extremamente baixos.
O que leva alguém, talvez um mero manipulado, a usar de tentativas rasteiras de difamação e destruição de reputações? O que faz alguém colocar asseclas para disseminar suas fraquezas morais no ataque fora de padrões de civilidade e compostura moral? Seria pela falta de qualidade dos quadros políticos? Penso que tal fato se deve muito mais à perda da capacidade de agregação dos quadros que aos quadros individualmente considerados. O ponto nevrálgico dessa discussão são os partidos políticos, que podem fazer a mediação institucional e associativa.
Nossos agentes políticos precisam fortalecer e capacitar seus quadros partidários. Quem pode organizar a qualidade da política não são os indivíduos. Os partidos precisam ser resinificados. Os partidos continuam a ser símbolos que orientam as pessoas. Mas não conseguem mais funcionar como modeladores e organizadores da sociedade. E em nossa realidade municipal isso é nítido. Como pode um candidato ou postulante a comandar um município como o nosso, incentivar colagens rasteiras, video de gosto duvidoso, montagens com agressões a honra e a dignidade de quem consideram um rival? Me parece claro o medo e a falta de confiança em si mesmo. Demonstra um vazio de ideias e propostas para o crescimento do município, aflora a falta de caráter de quem crê que tudo pode ser usado para atacar o seu oponente. Não pode! Não é digno de um representante do povo, não é democrático, é lastimável! Temos como evitar? Não sei, mas tenho total convicção que nosso povo não aceita mais essas formas rasteiras do pântano politiqueiro, que esses supostos agentes de nossa ordem política municipal pensam ter controle.
Que nossa sociedade mostre que não conseguirão seu intento. Somos responsáveis por nosso futuro a frente da cidade que queremos construir, com base na recuperação de qualquer mentalidade que nos eleve, nos capacitar a sermos um exemplo para nossas futuras gerações, sem essa corja autoritária. Que nossa política nos conceda representantes éticos e dignos, com fibra e capacidade de liderança, que nos torne sinônimos de cidadania plena, com respeito e dignidade.
Lucio Gusmão – Historiador; Professor de História, Filosofia e Ciência Política, com especialização em História Social, Econômica e Política do Brasil
Lucio Gusmão – Historiador; Professor de História, Filosofia e Ciência Política, com especialização em História Social, Econômica e Política do Brasil
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