Pré-candidatos da esquerda se reúnem e tentam construir unidade programática


Faltando 10 meses para as eleições municipais, cinco pré-candidatos a prefeito de Ilhéus participaram hoje (5) pela manhã de um encontro visando a construção de uma unidade programática rumo às eleições de 2020. O encontro denominado "Café com Política" teve a coordenação do ativista social Henrique Abobreira e reuniu lideranças do campo de esquerda no município. Estiveram presentes José Nazal, atual vice-prefeito de Ilhéus e pré-candidato pela Rede; Nilton Cruz (PT), Rodrigo Cardoso (PCdoB); Bebeto Galvão (PSB); e Jorge Luis (PSOL). "O que buscamos com esta iniciativa é a construção de uma resistência organizada criando uma plataforma de propostas que unifiquem os partidos em torno da eleição municipal", destacou Abobreira.

Para Nilton Cruz setores da direita ganham as eleições em Ilhéus somente quando "a divisão da esquerda os elege". Por isso, destacou, o encontro de hoje pode ser fundamental para a construção de uma aliança vitoriosa, sem prevalecer egos pessoais e com uma proposta que receba, de fato, o apoio da sociedade e do povo de Ilhéus. "Que esta reunião possa juntar o que converge e esquecer o que divide", afirmou o vice-prefeito José Nazal. "Não  chego impondo meu nome e coloco disposto a ajudar (se for um outro nome do grupo)", completou.

Bebeto Galvão destacou que esta iniciativa pode unir o que a maioria do povo de Ilhéus espera de um governo. "Quando uma gestão governa para os ricos, ele não governa para ninguém. Quando governa para ricos e classe média, governa para parte da sociedade. Mas quando governa para os pobres, governa para todos", afirmou, numa alusão crítica à gestão do prefeito Mário Alexandre, considerada elitista. "O que posso dizer é que estou disposto a continuar dialogando com todos vocês", completou Bebeto.

Para o pré-candidato do PSOL, Jorge Luis, este primeiro encontro passa a ser um importante ponto de partida para a esquerda avançar. Mas destacou que é preciso iniciar um diálogo mais estreito entre os pretensos candidatos, conhecendo os pontos de convergência que os trazem até aqui. "Não dá para discutir isso durante a caminhada", afirmou. Para Rodrigo Cardoso, do PCdoB, o espaço democrático que está sendo estabelecido precisará, também, debater sobre o que chama de "ameaça autoritária que vem sendo construída em nivel nacional" e os reflexos que elas podem ter na eleição municipal do ano que vem. Destacou também que será preciso um "esforço grande para a construção de uma unidade programática".

Mário Alexandre - Para o grupo, a estratégia de construção de uma candidatura forte deve se sobrepor às análises críticas sobre o atual prefeito de Ilhéus. O que está posto, segundo o grupo, é um debate sobre se a população aprova ou não a atual gestão e o que é preciso no campo da esquerda para apresentar saídas para o município. "A mazela dele, o seu autoflagelamento político, deixe que ele cuide. Vamos avançar que é o que a cidade precisa", discursou Nilton Cruz, do PT. "Este trabalho midiático enganoso que o coloca como centro do universo não resolve os problemas da cidade", completou Nazal, vice-prefeito, mas rompido politicamente com o prefeito Mário Alexandre.Conteudo Jornal Bahia Online
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