Perícia diz que Geddel poderia morrer se tivesse ingerido os remédios achados em sua cela



Um exame pericial de emergência feito pelo Instituto Médico Legal do Distrito Federal concluiu que os 206 comprimidos de 13 tipos de medicamentos sem prescrição nem autorização - encontrados no fim de abril na cela do ex-ministro Geddel Vieira Lima, na Papuda - poderiam ter causado sua morte se ingeridos em sua totalidade.  

Quando os remédios foram encontrados, a juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais, determinou que a Subsecretaria do Sistema Penitenciário iniciasse um procedimento de apuração das circunstâncias em que os medicamentos chegaram às mãos de Geddel. A Justiça também solicitou a realização de um exame psiquiátrico que Geddel teria se negado a fazer por orientação do estagiário. 

"Diante de fatos graves e que poderiam ter redundado em óbito, injustificável que, na qualidade de estagiário, tenha atuado sem a presença de advogado e, principalmente, que tenha impedido a realização de exame imprescindível à conclusão psicopatológica”, afirmou a juíza Leila Cury.

Segundo os peritos, a ingestão dos remédios poderia ter causado outros problemas a Geddel, tais como hepatite tóxica medicamentosa, insuficiência hepática, insuficiência renal aguda, arritmia ventricular cardíaca, insuficiência respiratória. 

Em nota, a defesa de Geddel afirmou que "os medicamentos foram prescritos pelo sistema médico penitenciário, que a recusa de Geddel em se submeter à perícia foi tomada por orientação da defesa técnica, para a preservação de sua intimidade e que ocorreu com a certeza de que não se expunha a risco sua integridade física". 

Com relação à atuação do estagiário no caso, a defesa diz que o ex-ministro estava devidamente acompanhado de advogado e que "cumpria fielmente seu múnus, em estrita observância às normas éticas de seu ofício".  

Conteúdo: Época
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