Lula diz que ‘reencontro com povo’ só não acontecerá se ele morrer



Condenado a 12 anos e 1 mês de prisão na Operação Lava Jato e detido há dois meses em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, por meio de um manifesto, que será candidato nas eleições de outubro. Líder das pesquisas de intenção de voto à Presidência da República, embora enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que deve impedi-lo de concorrer, Lula teve a candidatura ao Palácio do Planalto “lançada oficialmente” pelo PT nesta sexta-feira, em Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. 

No evento, em que foram distribuídas máscaras com o rosto de Lula ao público, o PT divulgou o manifesto assinado pelo petista. “E assim vou me preparando, com fé em Deus e muita confiança, para o dia do reencontro com o querido povo brasileiro. E esse reencontro só não ocorrerá se a vida me faltar”, escreveu o ex-presidente. 

Em meio ao nervosismo do mercado financeiro em relação ao Brasil, pela incerteza eleitoral e a falta de um presidenciável reformista competitivo nas eleições de outubro, lideranças do PT dirigiram críticas ao mercado durante o ato político. 

Em seu discurso, o senador Lindbergh Farias, líder do PT no Senado, disse que “o mercado está assustado. Fizeram mil pesquisas, a Bolsa caiu e o dólar subiu porque eles descobriram que vão perder a eleição. Eles nem têm candidato”. Lindbergh defendeu que 100% da Petrobras seja estatal. Para ele, abrir o capital da estatal em 1997 foi um erro. 

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que Lula é o maior medo do mercado financeiro, mas que a eleição do ex-presidente representaria crescimento econômico, geração de empregos e lucro para as empresas. 

O ato também serviu para declarar apoio à reeleição do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e para lançar uma candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado. 

No evento, líderes petistas também afastaram a possibilidade de uma aliança com outros partidos de esquerda que não considerem a candidatura de Lula como única possibilidade. 

“Quem tiver alguma dúvida que tire seu cavalinho da chuva porque o PT vai ter candidato e o candidato é Lula”, disse o líder da minoria no Senado, Humberto Costa, ao falar que respeitava os demais presidenciáveis de esquerda. 

As lideranças do partido reforçaram a intenção de registrar Lula na Justiça Eleitoral no dia 15 de agosto e mantiveram o discurso oficial de que não há “plano B” para a legenda. 

Estadão Conteúdo
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