A reportagem da edição desta semana da revista Veja revela o nome de duas testemunhas indicadas pelo então juiz Sérgio Moro ao chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Em parceria com o site The Intercept, a publicação afirma que procuradores foram atrás de Nilton Aparecido Alves, técnico em contabilidade em Campo Grande, e o empresário Mário César Neves, dono de um posto de combustível na capital sul-mato-grossense.
A indicação de testemunha de Moro para Dallagnol já havia sido divulgada pelo site e confirmada pelo próprio ex-magistrado, atual ministro da Justiça e Segurança Pública. Em conversa pelo aplicativo Telegram, o ministro disse ao procurador que sabia de uma testemunha "aparentemente disposta" a falar sobre imóveis relacionados ao ex-presidente Lula.
Ainda de acordo com a revista, Dallagnol procurou as pessoas citadas, em dezembro de 2015, mas elas teriam se recusado a colaborar. A reportagem diz ainda que o procurador chegou a sugerir que se forjasse uma denúncia anônima para justificar a expedição de uma intimação que obrigasse as testemunhas a depor no Ministério Público. Esse diálogo entre Moro e Dallagnol foi publicado pelo site The Intercept Brasil há três semanas, mas o nome das testemunhas não havia sido divulgado.
Em tese, afirma a reportagem, Moro pode ser acusado de ter praticado fraude processual, já que magistrados são proibidos por lei de indicarem testemunhas a qualquer uma das partes.
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