Diálogos recentes enviados aos The Intercept Brasil apontam que Sergio Moro instruiu os procuradores da Lava Jato a não recolherem os celulares de Eduardo Cunha na véspera da prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, analisou o BuzzFeed News.Continua depois da publicidade
Segundo o site, a conversa que ocorreu em 18 de outubro de 2016 entre o então juiz da Lava Jato e o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, destoa do padrão da operação, já que saíram dos celulares de executivos de empreiteiras muitas anotações e mensagens que embasaram investigações. No pacote de mensagens enviado por fonte anônima ao The Intercept Brasil, Dallagnol tenta marcar uma reunião com o então juiz para discutir o caso: "Queríamos falar sobre a apreensão dos celulares. Consideramos importante, teríamos que pedir hoje". Moro responde: "Não acho que é uma boa".
O BuzzFeed aponta que não há registro da reunião presencial. Porém, três horas depois, Dallagnol envia nova mensagem a Moro explicando que, após conversar com procuradores e levar em consideração o que foi dito pelo então juiz, a Lava Jato desistiu de apreender os celulares de Cunha. "Conversamos [Conversamos] aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações", declara o coordenador. Moro responde: "Ok, tb [também]".
Fachin: combate à corrupção deve respeitar os limites constitucionais
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin disse nesta segunda que o combate à corrupção deve acontecer dentro dos limites da Constituição.
O ministro fez alusão ao um discurso do deputado constituinte Ulysses Guimarães à época da promulgação. "Ulysses Guimarães nos falou em um discurso muito citado, em 5 de outubro de 1988: 'a Constituição não é perfeita, mas ela é uma resposta ao Estado de exceção que saímos, às tentações totalitárias.
Ela também é a resposta ao cupim que come a nação'. Ele se referia precisamente à corrupção. 'Não roubar, não deixar roubar', foram as expressões que ele utilizou. E isso é fundamental que o façamos dentro dos limites da Constituição", disse Fachin, que é relator da Operação Lava Jato no STF.
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